30 de novembro de 2011

Discernimento


     Gosto muito de um debate. Só complica quando alguma das partes apenas refaz um argumento e o apresenta como se fosse novo. Por isso é difícil conversar muito tempo com proselitistas. É bom pensar e repensar suas ideias, mas não queira que estas sejam as opiniões de outrem. Sim, pode haver um caso onde um conclua que seu raciocínio não é suficientemente abrangente. Em generalizações, é comum. Como "todas as pessoas são superficiais", ignoro todos aqueles que lutam para que, pelo menos, não sejam reconhecidos desta forma. Mas somos ou não todos superficiais?


Livro fantástico.
     Quando se fala que a história é marcada pela luta de diferentes classes sociais, espera-se que o interlocutor compreenda que esta é uma pequena releitura da ideia de história, segundo Marx. Esta última frase é dita na esperança de quem a ouve (ou lê) conheça um pouco da história humana. Já a história humana é a justificativa maior da existência das escolas. Se egressos destas não conseguem compreender o que foi dito e muito menos consegue expressar uma opinião, não sei exatamente qual função a instituição educacional tem na sociedade.


     Durante uma atividade, alguns alunos precisavam, depois de lerem um poema apenas formado por verbos, construírem seus próprios versos. Poucos foram os que não se utilizaram daqueles já expostos no poema introdutório. Se eu fosse o titular da disciplina de língua portuguesa ou filosofia, estaria um tanto envergonhado. O que produzem em matemática é o suficiente para me dar calafrios. Uma demasiada preocupação com a formação humana os torna desrespeitosos e insuficientes. A científica, os automatiza. Por que não encontramos o meio termo?


     Durante um debate, um outro ente se aproximou e procurou explicar que, assim como a teoria de que o universo era repleto de éter tornou-se insustentável até o descobrimento da matéria escura, a ciência logicamente deveria créditos ao ser de existência questionável (e muitas vezes negada com razão). Não consigo encontrar o caminho que a criatura fez para justificar seu criador.


     Reproduzir conteúdo, respostas automáticas ou justificar todas as incertezas com entidades não tangíveis, não é natural. Procurem se esforçar, meditem um pouco mais na forma em que pensa ao invés do que há de escrito em um livro. Quando estiver pronto, ao ler um livro saberá discernir entre literatura científica e fantástica.


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