4 de novembro de 2011

Alienação do caráter.



     É complicado determinar os objetivos obscuros que moldaram as ações de quem subtrai algum pertence de outrem. Do que se traduziu o trabalho do sujeito pode ser facilmente levado por qualquer um que ignore a cadeia dos fatos. Gosto de pessoas que ignoram algumas cadeias. Mas a grande maioria vai parar na maior delas, a da exclusão social. Um presídio tecnicamente serve para aqueles que reprovaram no teste da vida. E deste é difícil passar ileso.


     Enquanto crescemos associamos as pessoas ao nosso redor com idéias e papéis bem definidos. Sabemos que a mãe, ou quem ocupe este papel, será aquela pessoa que da forma mais próxima possível irá nos alimentar. Muita coisa sólida desse relacionamento entre estes entes geradores consolidam também nossos valores e uma boa parte do que somos. Os imitamos, acreditamos que os amamos incondicionalmente, este sentimento aparentemente é recíproco, assistimos que os outros também o fazem, desenhamos cartões com cola-tinta que nunca mais veremos depois de entregue para justificar esse vínculo. Muitos até fazem música para eles. Depois acabamos percebendo seus erros e deformidades. E então crescemos.


     O valor que damos aos nossos relacionamentos podem ser transformados em variáveis de uma equação social. Por fim, podemos saber, através dela, se determinado objeto é superior ao quanto estimo essa pessoa. Ao ser roubado, descobri que o ladrão não me considera o suficiente para que fosse socialmente insuportável me enganar. Nosso laço afetivo e social não é forte o suficiente. Positivo.


Somos responsáveis pela
próxima geração.
     Vivemos em um mundo real cada vez mais fragmentado e um virtual cada vez mais sincero. Essa ignorância toda que surge quando se debate assuntos que estão em nosso subconsciente como sólido e bem justificado, demonstra que esta nossa personalidade mundial é firme como uma esponja empoeirada e seca. Quando digo que me incomodo mais com a construção moral do meliante do que com um bem pessoal, desperto na maioria uma estranheza (comum ao meu ver). Precisamos salvar o mundo. E não é fazendo grandes festivais pois estes apenas disseminam os esteriótipos.




     Se alguém tem por família que tudo é de todos e que nenhum recurso nesse mundo pode nos ser negado, admiro. O problema é quando isso é associado ao mal. Todo recurso pode ser subtraído com malícia. Pode ser escondido. E quando for revelado, posso negar eternamente. Afinal, aprendi com os melhores. Fui alienado por eles. E alienado serei. Atesto para os devidos fins que minha condição não pode ser alterada pois já gastei toda minha cera. Toda minha parafina foi para colar as partes degradantes e fragmentadas daquilo que chamo de eu e meu.


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