7 de novembro de 2011

Aquela que nunca esperamos ou "foi-se o primeiro"


     Conforme se passam os aniversários, um evento vai se tornando mais próximo. Todas as atitudes que se tomou durante a vida retornam. Inclusive aquelas que envolvem outras pessoas.


     A ideia antropomórfica de uma força que busca um por um dos seres conscientes é a forma com que alguns conseguem lidar com a situação. Afinal, nada mais justo do que ser levado por seres superiores para dar uma voltinha sem retorno em um outro plano.


     Em minha família, todos os senhores e senhoras estavam naquela época da vida em que apenas aguardavam quem iria dormir o sono eterno. O verdadeiro sono dos justos. Nesse momento todos são elevados aos mais altos níveis, todos viram santos, todos eram exemplos.


     O sono eterno é bem definido na cultura árabe, onde não existem muitos indícios de formas antropomórficas. Estes, assim como em qualquer outra religião da mesma natureza, há a possibilidade de que voltem em determinado momento, próximo ao fim do mundo, uma espécie de julgamento com júri popular.


     Eles tiveram um domingo maravilhoso. E foi o último do mais velho de todos. Este se foi em uma paz que nunca teve em vida.


     Ouvi uma vez que quando alguém chora em um velório ou enterro é uma manifestação de orgulho. Concordo com ressalvas. É em parte uma memória física lhe sendo arrancada. É a forma do ciclo te obrigar a crescer. É quando nos provam que não se vive para sempre. Ainda não.


     A natureza é sábia. Elimina o velho e o reaproveita na formação dos novos. Somos todos poeira de estrela. E poeira de estrela voltaremos a ser.


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