26 de dezembro de 2011

Sou o que sou.



     Alguém sempre compara sua profissão com o que tenho feito ultimamente. Ou seja, o quanto ganho permanecendo um período enorme dentro de uma sala de aula, carregando muito serviço para casa, planejando e avaliando cada passo de outros contra quanto ganha um cara que passa oito horas observando uma série de máquinas. Obviamente eu perco. Na perspectiva deles. Transcrevo a definição pessoal do que é ser professor educador:

     "Sou monarca em meu reino e sou o contador de histórias. Sou amigável e cruel, sou cantor e poeta. Sou imperialista e revolucionário, sou o herói e o vilão. Sou o enviado dos céus, sustento a alma, sou o monstro que se alimenta dos sorrisos. Eu sou o que sou, sou o adversário e o interlocutor. Converso com vivos e mortos, faço com que colaborem. Escrevo uma novela a cada dia. Está marcado em meu código genético, é efêmero como o fogo e eterno como um dragão. Dragão esse que mantém-se sobre tudo que tem de valor. Uma armadura de preciosidades, um universo eu deformo com minha palavra. Faço a vida servir ao futuro para que nenhum dos pequenos cometam nossos erros do passado. Sim, eu sou educador."


      Não quero parecer indelicado, mas quem pensa imediatamente em dinheiro quando planeja a atividade que pretende consumir grande parte do seu tempo até o fim do mesmo, é tão profundo quanto aquele recipiente oferecido para acomodar a sobremesa nos restaurantes de buffet livre.


Been there.

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