29 de outubro de 2011

Matemática informal ou "mamãe não sou um número"


     Mente quem diz que não somos números. E mente feio. Toda e qualquer interação pessoal envolve classificação. Todo progresso é orientado aos números e eles dizem se este é verdadeiro. Matemática não só é cruel para quem tem péssimos hábitos.


Not a number, é?
     O tempo todo cresci ouvindo meus professores dizerem que não éramos apenas números. Que não poderia um número abrigar toda nossa "potencialidade". Apesar de não entender exatamente o que significava isso, sempre achei um tanto incoerente que a chamada era feita através dos números. E isso era reflexo do fato de que era realmente mais fácil que soubéssemos um número cada um do que um professor decorar os nomes de todos e associar isso aos números da chamada. A organização dos nomes em ordem alfabética é um aspecto do pensamento matemático. Os números governam o mundo.


     Quando estamos andando pela cidade, observamos que temos um certo nível de relacionamento com quase todas as pessoas. Esta escala vai desde o "desconhecido" até níveis como "melhor amigo" ou "família". Até dentro da família tem pessoas que procuram não se envolver um com os outros. Classificados então como "família núcleo interno", "família tios e primos" e o fatídico "família refugos", que estão abaixo do nível até de "semi conhecidos" por carregarem a pior manifestação dos nossos genes. É isso. Cumprimentamos uns, atravessamos a rua por outros. No fim, montamos uma escala de quem vale a pena, conforme ao nosso julgamento, deixar o que está fazendo ou arriscar perder a hora para mostrar-se, para inferir na vida de outrem. Essa classificação envolve um pensamento lógico e matemático.


Ui.
     Quando ouvimos dizer que o determinado índice de algum local subiu, pensamos primeiro se realmente é bom que este se comporte dessa forma. Comparamos estes valores com nossas localidades ideais e chegamos a conclusões. Isso tudo envolve matemática intensamente. Muitas vezes se ouve dizer que o Japão tem grandes índices de cobertura de internet móvel, diferente do Brasil mas nem sempre alguém explica que a nação verde e amarela é muitas vezes maior que a terra do sol nascente. Enquanto lá eles vivem da tecnologia, aqui ainda somos poderosos no setor agrícola. Isso tudo é pensamento matemático.


Sua sociedade subjetiva.
     Nossos hábitos fazem com que tornemo-nos o monge que planejamos ser. Se nosso comportamento não condiz com o que queremos, a culpa não é da lógica. É nossa. Ser considerado um número não deveria ser tão traumático quanto deixam parecer os neo-pedagogos. CPF, RG, inscrição estadual, matrícula, índice, ordem, limites... Isso tudo é baseado nas nossas leis. E nossas vidas, se não concordarem com essa coisa toda, não é pertencente ao ideal como sociedade. 


Se há algo de errado, mesmo que mudem tudo, ainda haverá retas paralelas e segmentos que indicarão como proceder. Mesmo que seja como tratar um desafeto ou alguém querido, o poder de atravessar a rua, isso ainda poderá ser modelado. Afinal, a ciência, a matemática para ser mais preciso, é firme para que se evite desvios de caráter.


Da corrida que todos querem ser o primeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário