15 de outubro de 2011

Feliz dia dos professor (sic)

Grande Ubiratan.

      O dia dos professores é como o dia do geógrafo ou do enfermeiro. É dia de mostrar uma profissão para os incautos. Dia de exaltar suas belas facetas e expor as dificuldades.


     A profissão mãe, segundo muitos pedagogos, tem sofrido por ser, como eles dizem, desvalorizada. E grande parte desses pedagogos tem uma dificuldade atroz com avaliação. Vi analfabetos subirem ao ensino médio. E isso é calamitoso. A diferença entre o Brasil e a Coréia do Sul (a bola da vez) é que não há pesados investimentos em educação no Brasil. Nem o mínimo exigido pela lei é respeitado. Não há feedback das propostas pedagógicas nem do dinheiro gasto. E emprestamos dinheiro para o FMI.


Po-po-po-poker face
     O grande obstáculo cultural não é apenas o que impede que façamos uma reforma educacional semelhante ao acontecido na Coréia do Sul. É questão de políticas públicas. Interessante (e por que não bonito?) pensar que Haddad é o queridinho do ex-presidente Lula e foi o homem que segurou a barra do Ministério da Educação. Creio que essa pasta só não é mais polêmica do que a da Saúde. Propôs diversos programas e sustenta tantos outros. Apesar de achar que alguns deles são fragmentos do ideal, como o ProUni, que deveria fazer com que o bolsista pagasse com serviço a bolsa adquirida assim fraudadores pela facilidade da coisa iriam ter de abandonar o programa. Fernando está dando tchau para o ministério. Pelo menos não foi a dança das cadeiras com por corrupção. Quer dizer...


     Uma das grandes diferenças entre a educação sul-coreana e a brasileira é a frequente avaliação dos professores. Isso mesmo. Não só os alunos são avaliados. Isso já foi proposto em vários momentos, mas o que se ouve é aquela mesma divisão entre os que já fizeram a avaliação de suas vidas (ou seja, concursados beirando aposentadoria) e quem realmente se importa na tal cantada da formação continuada. Fábula educacional.


     Se o motor da educação é o professor, nosso carro está desregulado e, consequentemente, não é econômico. Estão tratando muito mal a mãe das profissões. Asimov estava certo. Em breve não precisaremos de professores que não saibam análise combinatória.
     
     A lei que determina o dia do professor diz que "estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna". Se os mestres não conhecem suas funções e direitos (como o piso salarial, que nem todos ganham e não vejo ninguém reclamando), não há o que enaltecer. E emprestamos dinheiro para o FMI.


Os indicadores da economia.
     Não há salário que substitua o prazer se ver as rugas das dúvidas se desfazerem após uma boa idéia. Mas se depender de vocação, teremos apenas professores de ensino religioso. E olhe lá.

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